segunda-feira, 24 de maio de 2010

Consumismo e propaganda.

Olá pessoal!!!

Ainda no fluxo das discussões sobre o mundo do trabalho, exibimos o filme do Charles Chaplin intitulado "Tempos Modernos":

Trata-se do último filme mudo de Chaplin, que focaliza a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome.

A figura central do filme é Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, que ao conseguir emprego numa grande indústria, transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona. O filme focaliza a vida do na sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de linha de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias "subversivas".

Em sua Segunda parte o filme trata das desigualdades entre a vida dos pobres e das camadas mais abastadas, sem representar contudo, diferenças nas perspectivas de vida de cada grupo. Mostra ainda que a mesma sociedade capitalista que explora o proletariado, alimenta todo conforto e diversão para burguesia. Cenas como a que Carlitos e a menina órfã conversam no jardim de uma casa, ou aquela em que Carlitos e sua namorada encontram-se numa loja de departamento, ilustram bem essas questões.

A partir das reflexões surgidas acerca do filme, começamos uma reflexão sobre os modos de produções (Fordismo, Taylorismo e Toyotismo), revolução industrial e seus desdobramentos econômicos, tensões socias de classes (proletariado e burguesia). Essa reflexão proporcioniou um pequeno entendimento da lógica de produção de mercadorias, pois se a economia visa o lucro independente de proprocionar o bem estar humano, ela não medirá esforços para perpetuar a sua consolidação em meio a sociedade. Posto isso, a reflexão levou a idéia de trabalho alienado, a perda da autonomia e de nossa capacidade de subsistência, assumindo a condição social de meros consumidores. Finalizamos a discussão do mundo do trabalho com o cerne de idéias que abriram a reflexão sobre consumismo e propaganda.

Começamos a discussão sobre consumismo apresentando o video "A história das coisas", "A alma do negócio" e "Juventude morta". Os videos trouxeram bastantes reflexões dentro do grupo devido ao impacto do conteúdo, o que de certa forma fizeram com que os jovens começassem a questionar as suas ações e as implicações delas no mundo. Os jovens leram um texto sobre propaganda ideológica, na qual discutimos a influência da propaganda na venda desenfreada de bens e mercadorias de consumo. Como proposta de exploração, os jovens se dividiram em grupos e foram exploram vários shoppings, buscando analisar as vitrines, as roupas que as pessoas estavam vestindo, a construção do espaço dentro do shopping, etc... Os grupos trouxeram análises bem divertidas de coisas que ocorreram no shopping, por exemplo, desfile de moda com a Kelly Key.

Aproveitando o fluxo da discussão, apresentamos aos jovens o video "A carne é fraca", eis a sinopse:

"Alguma vez você já pensou na trajetória de um bife antes de chegar ao seu prato? Nós pesquisamos isso para você e contamos neste documentário aquilo que não é divulgado. Saiba os impactos que esse ato - de comer carne representa para a sua saúde, para os animais e para o planeta".

Alguns jovens ficaram impressionados com as cenas e também com o conteúdo, alguns ficaram uma semana sem comer carne e outros disseram que iriam parar, outros falaram que no mesmo dia já estava comendo um bife sem maiores problemas.

Por fim, exibimos o documentário "Criança, a alma do negócio", eis a sinopse:

Por que meu filho sempre me pede um brinquedo novo? Por que minha filha quer mais uma boneca se ela já tem uma caixa cheia de bonecas? Por que meu filho acha que precisa de mais um tênis? Por que eu comprei maquiagem para minha filha se ela só tem cinco anos? Por que meu filho sofre tanto se ele não tem o último modelo de um celular? Por que eu não consigo dizer não? Ele pede, eu compro e mesmo assim meu filho sempre quer mais. De onde vem este desejo constante de consumo?

Este documentário reflete sobre estas questões e mostra como no Brasil a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade. A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas. O resultado disso é devastador: crianças que, aos cinco anos, já vão à escola totalmente maquiadas e deixaram de brincar de correr por causa de seus saltos altos; que sabem as marcas de todos os celulares mas não sabem o que é uma minhoca; que reconhecem as marcas de todos os salgadinhos mas não sabem os nomes de frutas e legumas. Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada. Contundente, ousado e real este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância.

A partir do filme, surgiu a proposta de realizarmos uma pesquisa na região com as crianças, apresentando logos de marcas famosas, com o intuito de verificar se as crianças conheciam. Porém, durante a semana choveu bastante e não foi possível realizar.

Logo mais serão feitas mais postagens sobre as atividades e os projetos que estão sendo realizados aqui no Jd. Prainha!

Abraços!

Marcelino
Educador PJU - Tarde