sexta-feira, 25 de junho de 2010

Trabalho e Consumo

Olá pessoas!

Há algumas semanas caí na aula de dança e fiquei afastada uma semana. Quem facilitou as conversas sobre Trabalho e Consumo com o grupo Coexistência foi a nossa coordenadora Elaine!
Ela levou para a galera os vídeos “A história das coisas” e “A alma do negócio”. Também realizou junto com os jovens uma exploração ao shopping, com o objetivo de observar um dos locais onde o consumismo fica mais visível.
Quando voltei os jovens comentaram sobre como gostaram dos vídeos, alguns falaram que perceberam que suas posturas eram parecidas com as que viram nos documentários. Além disso, trouxeram varias questões. Um grupo observou a estrutura do Shopping, a ausência de relógios e comentou que esta estrutura faz com que as pessoas percam a noção do tempo. Outro grupo falou sobre a diferença entre um shopping próximo ao bairro e outro em Moema. Disseram que as pessoas se vestiam diferente, e que olhavam para eles como se eles fossem “alienígenas”. Alguns jovens observaram que havia uma diferença de tratamento quando eles falavam aos vendedores que estavam ali só para fazer uma pesquisa. Um dos JUrbanos disse que isso é natural porque o vendedor ganha comissão e que precisa vender para ganhar mais. Fizemos então uma ligação entre o mundo do trabalho e o consumo. Os jovens chegaram a conclusão de que o trabalho/emprego e o consumo fazem parte de uma “cadeia”. “Dentro do sistema capitalista um não vive sem o outro”, disse Antonio JoniLei, 19 anos. E como o grupo gosta de falar: O que o Joni diz é Lei. Rs...

Continuamos discutindo o assunto a partir do documentário Criança a alma do negócio”. Em grupos os jovens lembraram de sua infância e sobre o que queriam consumir na época. Conversamos sobre como a influencia da mídia no consumo das pessoas.
Para pensarmos em como isso nos atinge fizemos uma atividade chamada Loja dos desejos. Espalhamos pela sala várias placas, cada uma com nome de objetos para venda e compra e também folhas com os seguintes dizeres: “sinta-se livre”, “aqui você pode”, “quer pagar quanto”, etc. No caixa uma placa dizia “Escolha a sua divida!”. Criamos uma moeda a qual os jovens deram o nome de “Originalis”. Cada um recebeu um valor diferente.
Dentre os artigos expostos eles podiam encontrar eletrodomésticos, automóveis, produtos alimentícios e de higiene, roupas, viagens, ingressos para teatro, cinema, baladas e etc.

Dentro dos critérios da atividade os três primeiros objetos que adquirissem tinham que ser artigos que eles considerassem de primeira necessidade. Depois podiam comprar qualquer coisa que eles gostariam de ter. Eles podiam atribuir com canetinhas aos produtos alguns adjetivos, marcas, cores, tamanhos e origem.
A maioria dos jovens escolheu como primordiais para sua subsistência artigos como TVs de LCD, motos, celulares de ultima geração, e teve jovem que comprou Três celulares.
Foi interessante observar que foram poucos os jovens que pensaram em artigos que realmente faziam parte do grupo de produtos de primeira necessidade, mesmo depois de termos discutido o assunto.
Ah! Aconteceu algo que abriu espaço para discutirmos as conseqüências do consumo e apropriação das riquezas naturais que são de todos, como a água. E como a forma de consumir muda ao longo do desenvolvimento do mundo.
Alguns dos itens distribuídos pela sala eram águas. Um jovem decidiu comprar toda a água potável do mundo para dar de graça para todos. Como ficaria muito caro convenceu mais três colegas a comprarem junto com ele o artigo. Depois que eles compraram outras pessoas que quiseram adquirir água tiveram que pedir para eles e hipoteticamente foi comentado sobre como eles podiam ter comprado algo que já pertencia a todos e como fariam para a água chegar a todos os lugares. Um dos jovens falou sobre a compra de direitos de exploração de gás, petróleo e da possibilidade de comprarem também os lençóis freáticos.
Cada um pôde dar seu
depoimento
sobre o que sentiu durante as compras. O porquê da escolha de cada item comprado. E se acreditou que fez as melhores escolhas.
Esta atividade foi inspirada no filme R$1,99, do qual assistimos alguns trechos em seguida.
Documentamos algumas partes da atividade em um vídeo que vocês vão poder conferir aqui no blog!
A troca de idéia entre os jovens depois do documentário foi interessante. Foi possível observar como "estamos" influenciados pelas propagandas, marcas e idéias pré estabelecidas pela mídia. Um dos jovens fechou a discussão com uma frase muito legal.
“Temos que parar de consumir essas idéias colocadas por quem quer vender a qualquer custo e produzir as nossas próprias idéias”.
Concordo com ele. E vocês? Concordam ou discordam?

Magna Soares
Educadora PJU Prainha

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